[Role Play] Iniciando Meus Caminhos...

Os primeiros raios de luz providos pelo sol cortavam as densas nuvens no céu. A espessa névoa que cobria Logue Town já começava a dissipar-se quando um barco de médio porte atracou no porto e dele diversos tripulantes saltaram em direção a cidade, alvoroçados e aparentemente animados com a chegada na cidade, entretanto havia uma jovem garota de estatura mediana e traços finos que nutria um certo desconforto em seu rosto, como se o fato de sua chegada a famosa Logue Town não lhe trouxesse muito interesse.

O primeiro instante em que saltara do barco seus cabelos pareciam de um profundo tom de negro até o momento que a luz encontrou os fios longos e os deu um tom de roxo brilhante. Como todos os outros a jovem seguiu seu rumo ao centro da cidade.

A brisa suave e salgada soprou rumo aos prédios, fazendo diversas pessoas estremecessem ao sentir o vento tocar-lhe a pele. As ruas começavam a ganhar sua agitação corriqueira. Como de costume os comércios alimentícios eram os primeiros a estarem abertos para receberem seus moradores, as lojas de outros artigos começavam o seu movimento um pouco mais tarde, mas logo eram abarrotadas de pessoas em busca dos mais diversos artefatos.

Um grupo de crianças e jovens reuniam-se na praça principal, próximo a grande torre de execução, eles descreviam um circulo com sempre duas pessoas no centro movimentando-se de acordo com a música tocada em instrumentos diversificados, parecia uma espécie de luta ou alguns poderiam até chamar de dança. Capoeira, essa era uma das artes mais belas que se podia perceber, misturando a dureza e brutalidade do combate com a suavidade e encanto da dança.

A jovem espadachim aproximara-se da praça com um novo olhar sobre o local, parecia mais aprazível. Seus objetivos no local eram claros, não imaginava que certa cidade poderia lhe trazer algo além do que já conhecera de outros locais, contudo poderia ser surpreendida com a numerosa gama de fatos que poderiam advir daquele local.

Uma forte lufada de vento percorreu a praça esvoaçando os brilhosos cabelos de Yuuko, ela permaneceu imóvel. Até que algo capturou sua atenção, repentinamente uma série de pessoas passaram pelo canto de sua visão, todos trajados com roupas da marinha. Eles corriam em direção ao interior da cidade. Ela sabia onde eles estavam indo e era o que ela queria.

A jovem de cabelos longos decidiu tomar uma atitude e seguir os marinheiros. Yuuko caminhou a passos firmes na direção do grupo, porém mantendo uma certa distância e discrição, não estivesse fazendo algo de errado mas poderia acabar por atrapalhar o grupo em algo que talvez estivessem fazendo, por isso optou por segui-los sem se pronunciar.

O vento estava intenso aquela manhã e foi em mais uma das lufadas de vento sopradas do sul que o cheiro da maresia invadiu as narinas da garota que por um breve instante entrou em um devaneio nostálgico lembrando dos dias passados com seu pai. Sua distração teve um pequeno preço: Ela perdeu os homens de vista. Era como se eles houvessem desaparecido de repente, Yuuko acelerou o passo para as ruas mais próximas para verificar se algum deles havia seguido um caminho diferente, entretanto não pareciam ter ido para nenhum lado.

Por um instante permaneceu olhando a sua volta em busca de algo para referenciar-se, foi então que viu, ao longe, uma silhueta com um casaco branco que trazia o logo da marinha nas costas. A silhueta virara em um peco pouco metros a sua direita, sua primeira intensão foi segui-la, porém foi interrompida por um jovem mercador que vinha carregando uma grande quantidade de caixas empilhadas.

— Com licença! Estou passando! — Gritava o rapaz ao avançar a rua.

Yuuko Kanoe encontrava-se paralisada em meio a movimentação das ruas, ainda observava ao longe o beco quando de repente fora atingida por alguém e arremessada ao chão. O barulho de varias caixas caindo ao chão e um grito de dor soaram em um curto espaço. A mulher encontrava-se sentada no chão com a mão em um de seus braços demonstrando que havia lhe contundido aquela região.

— Você realmente tinha que estar parada no meio do caminho? Venho gritando desde o inicio da rua que estou passando. — Pronunciou o rapaz com sua voz um rouca. Tinha uma aparência agradável, um rosto bruto e másculo, cabelos curtos loiros que formavam um pequena tentativa de topete, era corpulento e definido. Corpo de alguém que provavelmente carrega peso a muito tempo e todos os dias.

O rapaz começou a juntas as caixas sem verificar sem conteúdo, empilhando-as novamente para que fosse capaz de carrega-las. Enquanto isso Yuuko começava a erguer-se do chão já não sentindo mais a leve contusão no braço direito. O carregador parou por um instante e olhou para a cara da espadachim.

— Não vai mesmo me ajudar? — Disse ele em um tom de incredulidade.

 Demorara pouco para que os dois conseguissem empilhar novamente as caixas, uma série de caixas um pouco pesadas devia admitir a jovem de cabelos roxos, o que levara ela a pensar que o rapaz devia ser deveras forte para suportar todo aquele peso sobre seus braços. Distraiu-se por um instante o com físico, entretanto logo voltou a realidade de que estava com pressa e no momento que iria seguir seu caminho o rapaz dirigiu-se a ela. O rapaz agradeceu pela ajuda, mesmo tendo sido um pouco arrogante antes.

— Perdão pela forma que agi. Eu não estou em um bom dia, mas enfim. — Ele limpou as roupas com um tapa. — Você disse que quer chegar até o Quartel da Marinha?

Yuuko refletiu por um momento, pensando se realmente deveria seguir o rapaz que lhe causara uma queda e dores, que a fizera perder de vista os marinheiros que provavelmente lhe levariam ao seu tão desejado futuro. Deveria ela confiar nas palavras do rapaz? O olhar e a forma com que ele dissera pareciam muito sinceras e singelas, sem maldade ou qualquer outra intensão, ao menos isso fora o perceptível para a jovem. Ao contrario do que a jovem queria desconfiar o carregador apresentava um sorriso amigável e solicito.

— A propósito, meu nome é Yukioha. — Falou o carregador enlanguescendo seu sorriso. — E o seu, é?